Uma nova aplicação nuclear para prever
o futuro das geleiras
O aumento das temperaturas poderá reduzir a área coberta pelos glaciares alpinos em todo o mundo em mais de um quinto neste século, expondo à atmosfera áreas de terra que formarão novos habitats à medida que o gelo recua.
Segundo a Academia Suíça de Ciências, os glaciares do país perderam mais de 6% do seu volume em 2022, o pior ano já registado.
Tradicionalmente, os glaciologistas rastreiam o movimento das geleiras usando marcadores como varas, fotografias e pinturas históricas, para comparar as mudanças do gelo ao longo do tempo.
Agora existe outro método mais preciso que pode ajudar os glaciologistas a modelar o comportamento dos glaciares com mais precisão e prever o seu futuro.
O Laboratório Spiez (Suíça) desenvolveu uma técnica nuclear baseada na pegada registada no gelo durante testes de armas nucleares realizados nas décadas de 1950 e 1960 e que geraram e emitiram radionuclídeos artificiais na atmosfera sendo depositado nas camadas superficiais das geleiras ao redor do mundo. Uma vez conhecidas as datas destes testes de armas nucleares, através da identificação das concentrações máximas destes radionuclídeos, e dos padrões de dispersão dos radionuclídeos devido ao fluxo de gelo, é possível definir a cronologia dos mantos de gelo.
“Utilizámos uma técnica existente para medir radionuclídeos em solos e outros materiais sólidos e pela primeira vez aplicamos à água, ao gelo e à neve”, explica Stefan Röllin, investigador da Divisão de Química Nuclear do Laboratório Spiez.
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