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Museu de Ciências Nucleares

Girassóis, limpadores de resíduos nucleares ?

Como resolvemos os problemas de contaminação radioativa do solo e da água após um desastre nuclear? 

Os cientistas investigam algumas espécies de plantas para ajudar a remover os radionuclídeos liberados após um acidente nuclear. Este processo é chamado de fitorremediação. 

Muitas tecnologias foram desenvolvidas desde o acidente de Chernobyl (máquinas e produtos químicos), entretanto, cientistas têm pesquisado e empregado plantas para reciclagem de dióxido de carbono residual,  absorção de metais pesados do solo, muitas delas são utilizadas em pesquisas para entender sua capacidade reparar alguns dos danos causados ao meio ambiente. 

A fitorremediação é uma técnica que surgiu na década de 1990 após a realização de estudos em diversas regiões poluídas que, com a presença das plantas, aos poucos foram apresentando queda na quantidade de contaminantes.

Milhares de plantas são pesquisadas, entre elas o girassol Helianthus annuus L. Estas flores têm crescimento rápido e acumulam elementos radioativos a uma taxa muito maior do que outras plantas. Depois que as flores terminarem seu trabalho, elas podem ser colhidas adequadamente e descartadas. 

Grandes campos de girassóis foram plantados na área afetada, a menos de um quilômetro do reator nuclear danificado de Chernobyl.  

A espécie de girassol Helianthus annuus L também remove outros metais tóxicos, como Cu ²⁺ , Cd ²⁺ , Ni ²⁺ , Pb ²⁺ e Zn ²⁺ , de soluções aquosas de forma eficaz. 

A Phytotech, uma empresa de fitorremediação de Nova Jersey, usou jangadas flutuantes de girassóis para limpar a água radioativa de Chernobyl. As raízes submersas do girassol retiraram tanto o césio 137 quanto o estrôncio 90 da água. Após esse processo os girassóis são descartados como lixo radioativo. 

Pesquisadores de fitotecnologia também usaram mostarda indiana para limpar o césio e estrôncio do solo contaminado pela precipitação de Chernobyl.

Embora muitos experimentos tenham mostrado sucesso, estudos de campo ainda precisam ser realizados para confirmar que alguns girassóis e outras plantas como fitorremediadores confiáveis e eficientes após acidentes nucleares.

Pesquisadores da Purdue University, nos EUA, investigaram outros fitorremediadores, como mostarda e tabaco e os experimentos mostraram que o tabaco também é capaz de absorver o estôncio 90.

Após o desastre de Fukushima em 2011, engenheiros japoneses plantaram grandes campos de girassóis e outros fitorremediadores, no entanto, seu desempenho não foi tão bom quanto o esperado. 

Alguns pesquisadores acreditam que as diferenças entre os incidentes de Fukushima e Chernobyl são a causa do uso ineficiente dos girassóis como limpadores. Pode ser que eles tenham sido plantados logo após o desastre em Fukushima, enquanto foram plantados anos após o acidente em Chernobyl, permitindo que a química do solo e da água mudasse. A outra questão foi provavelmente as diferenças genéticas entre os genótipos de girassol usados na Ucrânia e no Japão. 


Saiba mais | acesse as fontes:

Modelos Dinâmicos de Fitorremediação de Radionuclídeos 134Cs e 60Co em Plantas de Girassol (Helianthus annuus. L) Usando Matlab

www.ua-magazine.com: Girassóis, limpadores de desastres nucleares

www.scienceabc.com

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