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Creditos: WalterGomes via NigthCafe
Radiação ionizante mostra efeito terapêutico em camundongos com Alzheimer
Pesquisadores russos investigaram os efeitos de radiação ionizante de baixa dose em camundongos geneticamente modificados para simular doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e tauopatia. Os animais foram expostos a uma combinação de raios gama (0,24 Gy) e íons pesados de carbono-12 (0,18 Gy), valores muito inferiores aos usados em terapias oncológicas. O objetivo foi observar possíveis efeitos sobre o comportamento e a neuroinflamação associada a essas doenças.
Após a irradiação, os camundongos foram submetidos a uma série de testes comportamentais, incluindo a construção de ninhos, reconhecimento de odores e navegação espacial. Os animais com Alzheimer irradiados apresentaram melhor desempenho em comparação aos não irradiados, especialmente na construção de ninhos e tarefas cognitivas. Curiosamente, mesmo camundongos com tauopatia ou saudáveis também mostraram leve melhora em memória espacial e aprendizagem.
Do ponto de vista molecular, análises dos tecidos cerebrais mostraram aumento significativo de citocinas anti-inflamatórias, como as interleucinas IL-10 e IL-4, que ajudam a reduzir a neuroinflamação e promovem a remoção de proteínas tóxicas como tau e beta-amiloide. Além disso, foi observada modulação positiva na atividade das células microgliais — que desempenham papel protetor no cérebro — sem provocar dano tecidual visível.
Esses resultados indicam que a radiação, quando aplicada em doses muito baixas e cuidadosamente controladas, pode modular o sistema imunológico do cérebro e aliviar sintomas neurodegenerativos. Embora ainda em fase experimental, essa abordagem representa uma possibilidade promissora no desenvolvimento de terapias complementares para Alzheimer e doenças similares, especialmente diante da escassez de tratamentos eficazes disponíveis atualmente.
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