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Por que as Big Techs estão apostando na energia nuclear para turbinar a Inteligência Artificial?
A demanda energética exponencial da IA e os limites das renováveis
A explosão dos sistemas de inteligência artificial tem impulsionado uma demanda por eletricidade sem precedentes, já que grandes modelos e centros de dados consomem quantidades massivas de energia. A estimativa é de que os data centers associados à IA possam chegar a consumir até 9% da eletricidade dos EUA até 2030. Fontes renováveis como solar e eólica, embora essenciais para sustentabilidade, são intermitentes e requerem soluções de suporte (como armazenamento) que, além de caras, podem comprometer metas de carbono zero.
Estabilidade, baixo carbono e eficiência da energia nuclear
A energia nuclear oferece um suprimento contínuo e confiável de energia — ideal para operações que precisam funcionar 24/7, como os data centers de IA. Além disso, essa fonte praticamente não emite gases de efeito estufa durante a geração, sendo uma peça-chave para os compromissos de sustentabilidade de empresas como Google, Microsoft e Amazon. Sua alta densidade energética e ROI a longo prazo tornam a infraestrutura nuclear uma opção economicamente previsível e eficiente.
Adoção prática: SMRs, reativação de usinas existentes e parcerias estratégicas
As empresas estão adotando diferentes vias para integrar a energia nuclear. A Google firmou acordo com a Kairos Power para obter até 500 MW de pequenos reatores modulares (SMRs) até 2035, com o primeiro ativo previsto para 2030. A Microsoft fechou um contrato de 20 anos para reativar o Three Mile Island, gerando mais de 800 MW até 2028. A Amazon também investe pesado: são US$ 500 milhões em SMRs e aquisição de data centers movidos a energia nuclear. Esses acordos ilustram o protagonismo crescente das Big Techs no impulsionamento da inovação nuclear.
Amparo regulatório, investimentos e desafios à vista
O ambiente regulatório também tem se adaptado. Nos EUA, leis e incentivos, como o apoio à geração de SMRs, têm acelerado aprovações e atraído capital privado. Empresas como Oklo, que desenvolvem SMRs modulares, se beneficiam desse contexto favorável, garantindo suporte financeiro robusto apesar dos desafios técnicos e operacionais. Contudo, ainda persistem preocupações válidas: altos custos iniciais, barreiras regulatórias, segurança nuclear, resíduos radioativos e oposição pública continuam sendo obstáculos críticos.
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